Agência Reuters e Tribuna da Imprensa
Opositores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenaram sua visita nesta terça-feira ao Parlamento de Portugal como hipócrita, enquanto um grupo de apoiadores o saudava como o salvador do Brasil.
Em sua primeira visita à Europa desde que tomou posse, Lula compareceu à comemoração anual da Revolução dos Cravos em 1974, que encerrou décadas de regime autoritário no país.
Em protesto organizado pelo partido português de extrema-direita Chega, manifestantes gritaram que o “lugar de Lula é na prisão” em alusão à sua condenação por corrupção em 2018, posteriormente anulada pelo Supremo Tribunal Federal.
“Vejo (a visita dele) como um escândalo”, disse Tania Jimenez, de 61 anos, que se mudou para Portugal, lar de cerca de 300 mil brasileiros, em dezembro. “Ele é um ladrão internacional.”
Enquanto Lula falava no Parlamento, os parlamentares do Chega batiam nas mesas e seguravam cartazes dizendo: “Basta de corrupção”. Três deles trouxeram bandeiras ucranianas depois que Lula irritou muitos por sugerir que tanto a Ucrânia quanto a Rússia são culpadas pela guerra.
“A democracia no Brasil viveu recentemente momentos de grave ameaça. Saudosos do autoritarismo tentaram atrasar nosso relógio em 50 anos”, disse Lula ao Parlamento. “A notícia que lhes trago é que as forças democráticas brasileiras demonstraram sua solidez e resiliência.”
Dançando e segurando cravos, apoiadores de Lula, em número consideravelmente menor em relação aos protestantes, gritaram “Fascismo nunca mais!” quando ele chegou ao Parlamento.
Visivelmente incomodado com os protestos tanto de parlamentares quanto de brasileiros e portugueses nas ruas, que o acusaram de estragar a festa da Revolução dos Cravos, data histórica portuguesa, Lula classificou as manifestações como “papelão” e “cena de ridículo”.
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