Claudio Fernandes e Agência Reuters
A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu nesta terça-feira ao pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que enviasse mais informações para subsidiar denúncia apresentada na véspera de que rádios do país não teriam veiculado adequadamente as inserções eleitorais do candidato à reeleição.
Em atendimento à decisão do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, que dera prazo de 24 horas para a campanha de Bolsonaro apresentar provas para embasar a denúncia, os advogados da campanha apresentaram dados de uma auditoria feita por uma empresa que aponta um favorecimento ao adversário de Bolsonaro no segundo turno da corrida pelo Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas inserções de rádio.
De acordo com a campanha, a empresa contratada pela campanha está “plenamente habilitada para a análise técnica levada a efeito” e seu representante legal assegura “que há fidedignidade dos dados citados, bem como que, todas as formas de operações da empresa Audiency Brasil Tecnologia Ltda podem ser demonstradas a qualquer tempo às autoridades competentes”.
Um levantamento apresentado pela campanha citando oito rádios mostra uma discrepância de 730 inserções em desfavor da campanha do candidato à reeleição em relação a Lula. Durante o segundo turno, ambos os candidatos têm direito a tempo igual de propaganda gratuita em rádio e televisão.
“A absoluta veracidade do que aqui exposto pode ser atestada, a título de amostragem, pela verificação da programação integral de um dia inteiro de cada uma das emissoras mencionadas na tabela acima”, afirma.
Na véspera, em uma primeira resposta à denúncia da campanha de Bolsonaro, Moraes, afirmou que os fatos narrados não tinham sido “acompanhados de qualquer prova e/ou documento sério”, mas de um “suposto e apócrifo” relatório de veiculações em rádio, e cobrou que fossem apresentadas provas, alertando que uma falsa acusação poderá ser encarada como crime eleitoral.
Moraes ressaltou em seu despacho que a denúncia apresentada pela campanha de Bolsonaro poderia ser caracterizada como crime eleitoral caso fosse constatada a intenção de tumultuar o pleito a menos de uma semana da votação, em 30 de outubro.
A campanha de Bolsonaro reiterou o pedido de suspensão da propaganda da chapa de Lula em todo o território nacional.